Os moradores que se sentem incomodados com excesso de barulho podem recorrer ao poder público por meio do Disque Silêncio, um serviço de atendimento de denúncias de poluição sonora. O exemplo mencionado acima é uma realidade em diversos Municípios brasileiros, e a medida objetiva promover melhor qualidade de vida a população, uma vez que ruídos constantes - acima de 55 decibéis durante o dia e 40 decibéis durante a noite - são nocivos, conforme alerta da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A legislação trata a prática de perturbação do sossego alheio como contravenção penal, e estabelece penalidades, como prisão e multas. Para coibir o barulho e o excesso de ruídos, o Disque Silêncio já foi implantado em Cuiabá, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis; Belo Horizonte, Governador Valadares (MG); Vitória, Vila Velha e Guarapari (ES); Belém; Fortaleza e João Pessoa. Entre diversos outros Municípios.
Em média, de 30% a 35% das perdas de audição são consequência da exposição a esses ruídos comuns no dia-a-dia. O diagnóstico é da Sociedade Brasileira de Otologia (SOB) - área que trata dos problemas do aparelho auditivo. Segundo a Sociedade, a ideia de que se acostuma com o barulho é um mito. Mesmo quando se acredita que ele não incomoda, biologicamente continua a fazer mal.
Buzinas; obras; trânsito, carros de som; ronco de caminhões; gritos; algazarra nos prédios e nos condomínios, escolas; festas; boates e outras incontáveis formas de ruído fazem com que o silêncio seja praticamente desconhecido, principalmente nas capitais e nos grandes e médios Municípios.
Efeitos
O barulho faz mal. Entre outros problemas, pode provocar estresse, dor de cabeça e, principalmente, problemas de audição. Atuais pesquisas, indicam que 10% da população mundial têm algum grau de perda auditiva e que grande parte das pessoas danificou sua audição por exposição excessiva a sons que poderiam ter sido evitados.
Em Cuiabá, por exemplo, registros do setor de Poluição Sonora da Secretaria Municipal de Meio Ambiente apontam que o barulho em residências é o que mais incomoda. Somente em janeiro deste ano, foram recebidas 130 denúncias desse tipo, sendo que, no total, o Disque-Silêncio registrou em janeiro 371 reclamações, em média 12 por dia.
Gov. CESinais
Segundo explicações da fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, Marcella Vidal, se constata que a perda auditiva está começando a surgir mais cedo entre moradores de grandes cidades. "O excesso de ruído piora a cada dia e sabemos que o barulho intenso e prolongado pode causar perda de audição ao longo dos anos", explica a especialista. Ela também sinaliza que por ocorrer de forma gradual, muitas vezes não se percebe a perda auditiva. "Por isso é preciso estar atento a sinais que podem indicar o início do problema, como o zumbido nos ouvidos", comenta Marcella.
A especialista também explica que a Perda Auditiva Induzida por Níveis de Pressão Sonora Elevados (Painpse) pode acontecer após um som de breve duração, porém muito intenso (explosão) ou devido à exposição frequente a ruídos ao longo da vida. Quanto mais barulho a pessoa estiver envolvida no cotidiano, maiores as chances dela ter perda auditiva mais cedo. O ideal para proteger a audição é utilizar os atenuadores, com são chamados os protetores de ouvidos.
Veja também em: http://www.guarainoticias.com.br/noticia-5740-municipios-implantam-o-disque-silencio-para-atendimento-de-denuncias-de-poluicao-sonora.html