Na verdade, Paulah Olivir (:, a cera é amarga e um pouco azeda. Esse gosto se deve à sua composição - que inclui enzimas, ácidos graxos e pedacinhos de pele (nhami) - e também ao seu pH ácido.
"O gosto da cera puxa mais para o azedo, porém não deixa de ser amarga", explica o otorrinolaringologista Humberto Camargo Júnior, de Porto Alegre. Ela pode ter um gosto um pouco salgado também, porque suamos no pavilhão auricular. "Só não é doce, pois não tem alto teor de açúcares", diz o médico.
Caso a senhora esteja cogitando, não coma toda a cera do ouvido. Ao contrário do que muitos pensam, ela não é uma sujeira, mas um mecanismo de defesa. É produzida por glândulas sebáceas e, além de servir para lubrificar e impermeabilizar o canal auditivo, repele agressores.
O presidente da Sociedade Brasileira de Otologia, Paulo Roberto Lazarini, explica que a cera pode variar de pessoa para pessoa. Em alguns serezumano, é mais oleosa; em outros, há um acúmulo maior de pele descamada que se mistura aos ácidos graxos e enzimas. Camargo diz que a cera difere também entre os grupos étnicos. "Há pessoas que têm cera mais escura e abundante; outras, mais clara e acinzentada. Então, ela muda bastante, mas geralmente o pH é ácido", explica.
Ou seja, em breve numa vizinhança diferenciada perto de você, a Ceraria Gourmet, primeira loja especializada em cupcakes de cera de ouvido.
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