Carros alegóricos, bateria de blocos e de escolas de samba, música a todo volume nos bailes de carnaval e nos sistemas de som das festas de rua também podem ser sinônimos de riscos à audição. "Folia não pode ser sinônimo de prejuízo à saúde auditiva. O ideal seria que houvesse fiscalização para que o som não superasse 80 decibéis, nível tolerável para o ouvido humano", salienta Paulo Roberto Lazarini, presidente da Sociedade Brasileira de Otologia (SBO).
"O problema é sempre o exagero", explica o especialista. Segundo ele, as pessoas se habituaram tanto a usar fones de ouvido para ouvir música em dispositivos móveis (celulares, smartphones, tocadores de áudio digital) e em computadores que não percebem imediatamente quando os níveis de ruído ultrapassam determinados limites.
A sugestão de Lazarini é que os foliões evitem ficar próximos a caixas de som. Os riscos seriam menores se os responsáveis pelos eventos tivessem consciência dos malefícios provocados pelo som muito alto. "Não é raro que seja superior a 100 decibéis, o que pode ocasionar danos irreversíveis ao ouvido", adverte.
Lazarini também admite que dificilmente um fiscal impediria um desfile de bloco, trio elétrico ou escola de samba porque a música ameaçasse a audição dos presentes. "Cabe aos pais evitar que os filhos pequenos sejam submetidos a tanto barulho. E que os adolescentes e adultos se conscientizem de que a audição é preciosa demais para ser comprometida por um período de quatro dias de festividades", observou o presidente da SBO.
Como perceber que o som pode fazer mal à saúde? "Preste atenção ao impacto da música e da trepidação em seus ouvidos. O que for desconfortável provavelmente prejudicará seus ouvidos."
Sobre a SBO
A Sociedade Brasileira de Otologia foi fundada em 29 de outubro de 1969. Completa, portanto, 45 anos em 2014. Seu atual presidente é Dr. Paulo Roberto Lazarini.
Otologia é a parte da medicina que estuda as doenças, anatomia e fisiologia do ouvido. Um dos principais avanços da otologia nas últimas décadas é o implante coclear, que reverte milhares de casos de surdez.
A história da entidade é marcada pela luta para valorização da supraespecialidade e de seus profissionais em todo o Brasil. Estima-se que haja quase dois mil otologistas no país.
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